ALEGRIA, ALEGRIA. O DCE É HISTÓRIA. HISTÓRIA DA SOCIEDADE DO CEARÁ.
By. Historiador César Venâncio.
Olá, pessoal! segue um postal raro e inédito, do Arquivo Nirez,
que mostra a orla e a cidade de Fortaleza, em 1930.
Repare as casas em Iracema e Meireles ao fundo, sem nada.
Os banhos de mar começavam a despontar na
cidade, ainda que timidamente...
2-Amelia Earhart and Fred Noonan with a uniformed official, Fortaleza, Brazil
Amelia, uma das pioneiras da aviação norte-americana,
sobrevoando a cidade, em 1937
Região do Centro, parte da Ponte Metálica, antiga Catedral da Sé;
Hoje temos a Indústria Naval do CE e Dragão do Mar
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8-Chegando em Fortal com o capitão Noonan
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13-Rabiscos de Amelia
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15-O avião Electra
16-Jangadas, por Amelia
17-Litoral de Fortaleza
18-Rua do Excelsior Hotel, onde Amelia se hospedou
Ela tirou essa foto na varanda do hotel
19-Ficha do Excelsior com o nome de Amelia
20-avião
21-Pr. do Ferreira, por Amelia
crédito das fotos: https://earchives.lib.purdue.edu/
Obrigado
Fortaleza Belle Époque|Amelia Earhart em Fortaleza, 1937|
Fortaleza anos 40, 50 e 60|Fortaleza anos 70|Fortaleza - Estrutura Copa 2014|
Fortaleza anos 2000|Orson Welles em Fortaleza, 1942
Castelão - Sua construção, fotos históricas e vídeos
Olá, pessoal! Td bom?
É com enorme satisfação que estou apresentando esse trabalho!
Dentre todos que já fiz, desde 2004,
considero este um dos mais marcantes p/ mim!
IT’S ALL TRUE – O FILME INACABADO DE ORSON WELLES E SUA PASSAGEM POR FORTALEZA EM 1942
Há muito tempo em que “sonhava” em fazer um thread sobre a vinda do cineasta norte-americano Orson Welles (06/05/1915, Kenosha, EUA / 10/10/1985, Hollywood, EUA) a Fortaleza –CE, em plena década de 40.
Bom, esse projeto nasceu a partir de alguns acontecimentos:
-Em meados dos anos 90 conversei com um dos donos da Aba-Film, tradicional empresa de filmes e cartões-postais do Ceará, criada em 1924 pela família Albuquerque. Lá, pela primeira vez, fiquei sabendo que um dia na vida, Orson Welles esteve no Ceará, pois um dos fotógrafos, Chico Albuquerque, pioneiro na foto publicitária do País, participou do projeto do filme.
-Depois anos mais tarde vi as primeiras cenas do filme a partir de um documentário feito por duas emissoras: Tv Cultura e TVE- Rio. Um deles, o humorista e arquiteto “Falcão” comentava sobre Fortaleza e comparava a cidade (ainda sem prédios na orla) dos anos 40, com a atual, cercada por edifícios. E comentou sobre a vinda de Welles no Ceará.
-Assim fiquei encantado com a história do filme e a chegada de Welles.
-A partir daí comecei a pesquisar na Internet, vídeos e livros.
-O primeiro livro já tinha há um bom tempo, o “Pensamento Vivo” de Orson Welles, uma coleção dos pensadores, da Martin Claret Editores (1986).
-Até que recentemente, na semana passada, comprei o belíssimo livro “Orson Welles no Ceará”, de Firmino Holanda, Edições Demócrito Rocha, 2001.
Bom, apresento algumas considerações importantes, pois é muita história envolvida, p/ depois chegarmos nas fotos e vídeos:
Fortaleza em 1942 apresentava um pouco mais de 150 mil habitantes. Dormia-se cedo, por volta das 21 horas. A beira-mar era vazia, não havia edifícios, somente casas de pescadores. O Mucuripe era de difícil acesso.
No início dos anos 40, quatro pescadores brasileiros se lançaram ao mar para uma viagem que entrou para a história dos jangadeiros cearenses, da navegação, do Estado Novo e do cinema. Tão arriscada foi ela, que até na imprensa americana ganhou espaço nobre. Num artigo intitulado Four Men on a Raft (Quatro Homens numa Jangada), a revista Time (8/12/1941) reproduziu toda a odisséia de Manoel Olímpio Meira (Jacaré), Raimundo Correia Lima (Tatá), Manuel Pereira da Silva (Mané Preto) e Jerônimo André de Souza (Mestre Jerônimo), que a bordo de uma jangada singraram os 2.381 km que separam Fortaleza do Rio de Janeiro, sem bússola ou carta náutica.
Foram mais de 61 dias de viagem pelo mar...
Os jangadeiros queriam chamar a atenção do País e do governo para o estado de abandono em que viviam os 35 mil pescadores do Ceará.
Até que....então...
Na primeira semana de dezembro de 1941, folheando a Time, Orson Welles tomou conhecimento da proeza de Jacaré & cia., e teve um estalo: ali estava o segundo episódio brasileiro de It's All True, o filme pan-americano que o governo Roosevelt há pouco lhe encomendara.
Welles chegou ao Brasil em 8 de fevereiro de 1942, filmou o carnaval carioca, e em 8 de março fez uma viagem de reconhecimento a Fortaleza. Lá chegou num vôo especial da NAB (Navegação Aérea Brasileira) e foi recebido como "um Napoleão do cinema". Hospedada no Excelsior Hotel, no centro da cidade, a entourage It's All True (Welles levou seis acompanhantes, entre os quais Morel, seu fiel assistente Richard Wilson e a tradutora Matilde Kastrup). Dois meses mais tarde, Jacaré e seus três companheiros foram trazidos de avião até o Rio e hospedados no hotel Copacabana Palace. Por 500 mil réis semanais, participariam de algumas cenas do episódio carnavalesco, ao lado de Grande Otelo, rodariam no aeroporto a despedida do Rio e reconstituiriam, numa praia da Barra da Tijuca, a triunfal chegada da jangada ‘São Pedro’ à Baía de Guanabara. Nessa ordem.
Várias tomadas da chegada ao Rio chegaram a ser feitas, no dia 19, mas uma manobra infeliz da lancha que rebocava a jangada a teria virado na praia de São Conrado, jogando ao mar agitado os seus quatro tripulantes. Três se salvaram. O corpo de Jacaré desapareceu e nunca foi encontrado.
Ainda assim, Welles foi em frente. As coações, quase sempre veladas, da ditadura getulista o perturbavam bem menos que o assédio crescente da RKO e do governo americano, que o acusavam de gastar dinheiro a rodo.
Do Rio, novamente Welles desembarcara na Base Aérea de Fortaleza às 15h30 do dia 13 de junho. Apesar do que ocorrera com Jacaré, foram acolhidos com enorme simpatia. Para assegurar maior tranqüilidade aos trabalhos, estabeleceram-se nas areias do Mucuripe e ali rodaram a história de amor do jovem pescador (José Sobrinho) com uma bela morena (Francisca Moreira da Silva, então com 13 anos), o casamento dos dois, a morte do jangadeiro e seu enterro nas dunas, a conseqüente revolta dos pescadores pelas suas precárias condições de vida e a decisão política do reide até o Rio de Janeiro. No papel de Jacaré, puseram seu irmão Isidro.
Em Fortaleza, Welles revelou-se um homem radicalmente diferente do garotão farrista e mulherengo que os cariocas conheceram. Não deixou de ir a festas (chegou a marcar quadrilha num folguedo junino), nem de freqüentar o Jangada Clube, mas parou de beber e deu um duro danado nas seis semanas que lá passou, correndo contra o relógio e fazendo malabarismos com o orçamento. Sempre alegre, passou a viver com os pescadores, que o tratavam de "galegão legal" e admiravam o seu desprendimento de confortos materiais e sofisticações culinárias. Dormia numa cabana rústica, mal protegida dos raios solares, e à noite, depois de encarar um portentoso prato de feijão com arroz e peixe, recolhia-se para escrever madrugada adentro.
Fonte: Estadão
O filme “It's All True” ficou inacabado, mas ele filmou tudo. O problema era a questão da censura, tanto do estúdio RKO quanto do Estado Novo. Eu sei que boa parte do filme ficou escondida, tem aquela história de que muita coisa foi jogada ao mar.
fonte: Diário do Nordeste (ler abaixo, no final, entrevista com o autor de “Orson Welles no CE”, Firmino Holanda
FOTOS E VÍDEOS
VÍDEO 1
Apresenta depoimentos de Welles sobre o filme,
cenas de como se constrói uma jangada,
a saga dos jangadeiros em alto-mar, Mucuripe
É emocionante e histórico
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VÍDEO2
Mais cenas do Mucuripe, um pouco
de Iracema e a ponte dos Ingleses tb aparecem.
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Abaixo, Capa de vídeo do filme inacabado.
Na distância do tempo, um Welles desenhado
sereno e mítico se sobrepõe no
exotismo nostálgico do Brasil de
carnavais, jangadas e coqueiros...